Quando, em 2008, o policial Derek Chauvin, agora preso pelo assassinato de George Floyd, atirou duas vezes em um homem negro, sendo que isso foi uma das quase 20 queixas - todas arquivadas - ao longo de seus 19 anos de carreira, ele estava avisando.
Quando Ricardo Salles, então Secretário do Meio Ambiente do governo Geraldo Alckmin, foi acusado de fraudar processo do Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental da Várzea do Rio Tietê, em 2016, ele estava avisando.
Quando Jair Bolsonaro, na época deputado federal, homenageou o torturador coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, também conhecido como Dr. Tibiriçá, (em 2008 condenado pelos seus crimes de sequestro e tortura), na ocasião da votação do impeachment da então presidente Dilma Roussef, ele estava avisando.
Quando Donald Trump, então candidato a presidente dos EUA, disse que os mexicanos estariam “trazendo drogas, crimes e estupradores” e na ocasião das dezenas de acusações de assédio sexual e, inclusive, de estupro, ele também estava avisando.
Enfim, esses idiotas, xenofóbicos, assassinos, ou qualquer outro adjetivo que cabe para pessoas que, como as dos exemplos aí em cima, representam o pior que nossa espécie é capaz de produzir, são mesmo tudo isso.
Mas, ao contrário dos malucos que entram no cinema ou em escolas atirando, eles não são imprevisíveis. Ah, isso eles não são mesmo.
Eles sempre avisam.
Tá mais do que na hora de aprender a perceber - e levar a sério - todos os avisos e não mais sermos passíveis e tolerantes à eles.